Eu admito que o primeiro ano do governo Dilma foi melhor do que eu esperava.
Nossa presidente não disse algo abominavelmente retardado, não afagou os corruptos que infestam Brasília como fazia nosso ex-presidente, demonstrou que sabe se portar em eventos de Estado e é uma boa negociadora.
Mas, ela tem um ponto negativo herdado do seu padrinho político. Só joga pra galera!!! É populista demais.
Hoje, eu parei para ler seu discurso feito no dia do trabalho justificando a queda dos juros e questionando porque os bancos insistem em não reduzi-los e ficou óbvio que o objetivo da nossa presidente é encontrar vilões para o problema da estagnação da economia brasileira. E os vilões da vez são os bancos (que não são cordeiros, diga-se de passagem), mas que também não são os únicos monstros da história.
E para provar minha tese, fui levantar uns números e fazer umas contas.
Quais são os componentes financeiros de um empréstimo?
Vamos lá
Default – 19,0%; Imposto Municipal e do Estado – 9,0%; Margem bruta – 35,0%; Recolhimento compulsório 40%
Vamos supor que o dinheiro é captado a uma taxa anual de 12%.
Se você fizer um empréstimo sob as condições acima, sua taxa final para o empréstimo de 174,57% ano
Vamos assumir então, que o governo desonera suas taxas, com exceção da taxa Default (que os bancos devem manter com fundo de reserva), e que o banco corte sua margem para, digamos, 20%. Aí o custo final do dinheiro vai ser cerca de 60% ou 5% ao mês.
Então, você pode perguntar, e a Selic?
Ela serve de taxa de juros de pagamento da dívida do Governo representada pelos títulos públicos, que são adquiridas diariamente pelas instituições financeiras (overnight), ou seja, com a emissão de títulos públicos, o Governo se compromete a pagar, a título de juros, aos adquirentes destes, a taxa diária da Sistema Especial de Liquidação e Custódia. Sendo assim, a taxa Selic tem lastro nos títulos públicos e é modificada diariamente, por meio dessas operações de financiamento. Ou seja, a Selic dita o quanto o governo pagará por títulos públicos, mas como ela é a taxa básica econômica, ela então serve de referência para as demais taxas.
Resumindo tudo. Abaixando a Selic, teoricamente a sociedade não compra mais títulos públicos e tem mais dinheiro para investir. Aumentando a Selic, fica mais rentável comprar títulos públicos do que investir na economia. Assim, o governos consegue ditar o ritmo econômico.
Como você pode ver então, o discurso da nossa presidente é muito simplista e ignora qualquer matemática quando define os bancos como únicos vilões da economia, quando o governo tão somente reduziu sua taxa básica e nenhum dos outros custos atrelados ao valor do “dinheiro”.
E por que isto?
Por várias razões…Pode ser para justificar no futuro o não atingimento das metas de crescimento, para aumentar a sua populariadade de “combatente dos bancos”, etc…
Mas o fato é que o discurso é só pra inglês ver.
Boa Noite
Se ela continuar assim, a Dilma ganha até mesmo a próxima eleição, pois o Lula, acho que não dá mais pra ele por motivo da frágil e debilitada saúde. Bom blog.